segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Estamos indo...... de volta pra casa!

Bom dia pessoal!

Acabo de chegar em casa.. sim, voltei.....


Avião pousando cedinho em Guarulhos, um mar de prédios abaixo de mim. Não sei descrever como me sinto, é um misto de sentimentos que se entrelaçam em mim e que me deixam meio anestesiada, paralisada, sei lá

 Tem Tristeza por ser o fim da viagem, de um sonho que foi bom em cada momento, que amei muito, que permitiu conhecer lugares lindos, pessoas incríveis e experiências impagáveis. Juro que nunca fui tão feliz. Minha alma, que eu buscava por aí, está em mim, satisfeita.

Tem um gosto de quero mais pois há tantos lugares por conhecer neste mundão.... tantas coisas ainda para ver e vivenciar, que poderia viajar por mais 8 meses inteiros.... Taí minha vocação, hahahaha

Tem tranquilidade, pois era tempo de terminar. Todo ciclo tem que acabar, para que outro comece. E aí o significado de minha tatuagem me lembra: a roda da vida, o desapego, o deixar fluir.....

Triskelion
Tem felicidade pois vou reencontrar meu amor, meus amigos, minha família, minhas gatas, tudo aquilo que deixei pra trás e que me subtraiu um pouco..... será como recolocar um pedaço de mim.

Tem ansiedade pois tem mudança no radar: morar juntas, mudar de lar, nova dinâmica, novas adaptações, e muita vontade de dar certo.

Paris - torre Eiffel
Tem apreensão por não  não ter uma fonte de renda, um trabalho, uma garantia. Mesmo sabendo que na vida não existem garantias, um emprego fornece ao menos um apoio psicológico hahahahahaha.

Tem vontade de coisas novas: voltar a estudar e experimentar outros pensamentos. Um mestrado está rondando minhas ideias.... Também queria aprender alemão, alguém se candidata?. Queria também aprender a costurar e iniciar uma horta.....

Assim minha vida está um grande portal aberto. Que eu tenha serenidade, paciência e leveza para cruzar e aceitar este novo ciclo.

Presente de uma amiga - Costa Rica
Algumas pessoas me perguntaram, você sentiu uma grande diferença, uma mudança em você? Penso, penso, penso e por mais que eu queira muito dizer SIM, sou uma pessoa totalmente diferente, isto NÃO é verdade.

Não percebi grandes alterações. Aliás nesta longa viagem aprendi que a gente se carrega aonde quer que a gente vá. Muda-se a paisagem, o contexto, as pessoas, mas a gente tá sempre lá, com a gente.

Nosso filtro não muda assim, num repente. O que mudou foi minha auto-percepção, meu auto-conhecimento. E acho que através disto posso sim ir fazendo pequenos ajustes aqui e acolá na minha maneira de ser, me transformando para melhor.


foto google
Mas isto entendo que será um processo contínuo, de vida toda. Gostaria que tivesse sido assim, num insight durante a viagem, e que voltasse um ser evoluído, zen e melhor, mas acho que é algo que terei que trabalhar e conquistar diariamente.

Voltei com um conhecimento de mundo melhor, de abertura maior a experiências fora da minha zona de conforto, e com a certeza de que cada povo é diferente, mas igual. Temos outras línguas e culturas e formas de se expressar, ou seja, a maquiagem é outra, mas o cerne é o mesmo.

Frase que se ouve muito na Ásia


Ao longo da viagem foram aparecendo alguns objetivos. Se os atingi ou não, sei lá. Acho que quando eu voltar, meus conhecidos poderão me ajudar a descobrir....

- Baixar a guarda: sentia que eu tinha sempre a guarda em pé, um muro de proteção. Mas contra que? O muro que protege é o mesmo que separa, e decidi derrubar este muro. Não sei se consegui, mas estou mais consciente de quando o muro se coloca e assim fica mais fácil retira-lo.

- Ser menos ego: E assim não precisar me provar o tempo todo, ser perfeitinha, ser tão eficiente. Quem sabe  aí seja menos combativa, menos confrontacional, mais conciliadora. Quero é ser feliz!


India
- Ser mais amor:  Encontrar coisas positivas em todas as pessoas e situações, reforçando o bom e o belo de cada um. Ser capaz de dar o amor que as pessoas precisam e julgar menos. Me permitir receber o amor, em todas suas formas. .Paciência e tolerância.....

-  Ser menos consumista: Na viagem eu tinha uma regra de só comprar o que fosse necessário e acho que em 90% do tempo consegui (ter uma mala pequena ajudou). Em SP sei que será bem mais difícil (já tenho um lista de compras para o novo apê, hahahahaha), mas vou me esforçar.

- Ser mais alegre, mais leve, menos séria: Na viagem, tive dias bons e dias ruins mas mesmo nos dias ruins estava alegre por dentro, contente e realizada. Conheci gente muito jovem que brincava e não se levava a sério. Quero trazer isto comigo.

Islândia
O que trago desta viagem?

- Gordura a mais (que se instalou no lugar dos músculos, ao  não ser assídua nos execícios, mas assídua em vivenciar novas experiências e aventuras) e estar em paz com isto;

- Cabelo multicolor (três cores de cabelo : o loiro foi saindo, o moreno crescendo e o branco aparecendo, ganhas ao se cuidar mais da alma que da aparência) e estar em paz com isto;

- Mãos e pés mais calosos (ganhos no trabalho manual, no andar descalça, no contato profundo com a Terra) e estar em paz com isto;

- Manchas no rosto  e rugas novas (ganhas ao vislumbrar paisagens incríveis,ao curtir o dia, o sol, ao sorrir ) e estar, bem não muito em paz com isto; hahahahahahaha


- Uma alma feliz como nunca, um sonho realizado, um contentamento imenso
Costa Rica
- Um respirar mais calmo, uma visão mais ampla e a certeza que quanto mais eu conheço, menos eu conheço. Fui com poucas certezas e volto com menos ainda, já dizia Sócrates: só sei que nada sei.

Cada vez mais acho que esta música diz tudo:

“Ando devagar porque já tive pressa e levo este sorriso, porque já chorei de mais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe, só levo a certeza, de que muito pouco, eu nada sei”

Beijos e obrigada por me acompanharem. Té!

2 comentários:

  1. Seja bem vinda de volta minha querida. Não vejo a hora de abraçá-la mto apertado. Como sempre arrasou na descrição da sua viagem. Bjs

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