sábado, 23 de maio de 2015

Victoria Falls- Zambia

Bom dia Pessoal

Bom, como parte final da minha jornada pela África escolhi vir para a Zâmbia, ver ao vivo a famosa Victoria Falls.

Depois de 20 horas de ônibus (!!!!!) cheguei em Livingstone. A cidade, apesar de receber inúmeros turistas todo ano, mantém um ar bastante provinciano, e uma vida diária até mesmo apartada da Catarata, a menos, claro, que se esteja no ramo do turismo.


Foto Google: centro da cidade

Para se ter uma idéia, apenas uma loja vende postais da atração, e a cidade toda não é voltada para receber os turistas, com cafés e lojinhas, mas sim para atender a população local.

Rua Principal

Talvez seja por isto que não vi um único turista pela cidade, apenas os locais.... Foi a primeira cidade onde estive em que eu era a única branca andando pelas ruas, foi bastante interessante.

Num primeiro momento, achei-a bastante feia, mas depois "mudei a lente" e acabei achando-a até charmosinha. Saindo das ruas centrais, o resto é tudo de terra, num ritmo de vida mais lento e calmo.


Vista da rua do backpacker

Eles ainda tem o hábito de comprimentar a todos que encontram pelas ruas, e as pessoas são muito simpáticas e conversadeiras. Até estranhei, eu, cria de cidade grande e desconfiada até da sombra.

A grande atração são as Cataratas, claro, mas tem um monte de outras atividades que podem ser feitas, desde passeio de barco pelo rio Zambezi, raftings, bungee jump e voos de helicópteros. Mas tudo é caro demais (conseguem ser mais caros que a Namíbia, OMG) e para completar tive meu cartão de crédito bloqueado então não pude sacar dinheiro e fiquei numa pindaíba danada hahahahaha.


As Cataratas são incríveis, de tirar o fôlego. São uma grande cortina de água com 1,6 kilômetros de extensão a altura máxima de 128 metros.

 
                                                                 (fotos Google)

A melhor época para conhece-las é no final de Junho, quando ainda estão cheias mas não tanto quanto agora, então dá para ver melhor tudo, pois agora a água que "sobe" com a força da queda acaba atrapalhando um pouco a visão em sua totalidade.



Mas eu amei cada pedacinho. Para conhece-la você caminha ao lado dela e fica, literalmente ensopada, é uma delícia! Parecia uma criança brincando na chuva, deixando a água lavar a alma. Me diverti a beça, poderia ficar o dia inteiro ali, admirando tanta belezura :-)

 


Também pode-se fazer uma trilha que leva até um ponto abaixo das cataratas e de onde se tem uma visão muito bonita da ponte Victoria Falls.

         


Em todo o caminho se vê os baboons, que estão por toda a parte e são danadinhos. Era época de cria acho, pois haviam muitos filhotes.



E também se vê muitos arco íris, o que torna tudo meio que um conto de fadas :-)




E ainda, de quebra, vê a maior árvore da Zâmbia, um imenso Baobá.


E estes foram meus companheiros durante esta jornada, amigos holandeses rodando a África.

Anouk e Tom
E para terminar,ilustrando como a mesma coisa pode ter significados diferentes em lugares diferentes:  lembram do cinto que eu ganhei de Meme Dina, parte da tradição Oshiwambo para proteção contra qualquer mal? Então, quando desci do onibus aqui e abaixei para pegar minha mala, um taxista (eu e os taxistas) viu o cinto e começou a falar: " Mulher Africana, eu gosto, gostei de você, quero sair com você". Assustada, ignorei e fui embora. Depois fiquei sabendo que aqui na Zambia este cinto significa "mulher que gosta de sexo é boa de cama". A partir de então tomei muito cuidado em esconde-lo!!!!!!!!!!!!!!!

Música da semana:


Chimtengoncha mango



quarta-feira, 20 de maio de 2015

Swakopmud (portugues)

Bom Dia pessoal!

Começou a parte turismo da viagem pela África, eba! Primeiro tenho que dizer que viajar pela Namíbia sozinha é muito caro. O ideal é ter um grupo de 4 pessoas, alugar um carro e rodar por aí, Como não tem transporte público, acabamos ficando na mão de tours organizados que são absurdamente caros.

Assim tive que otimizar e escolhi conhecer Swakopmud, uma cidade costeira, famosa pelo seu belo deserto. Ir para lá é como entrar num mundo a parte. Quando vai chegando perto da cidade, o sol desaparece, começa o frio e um nevoeiro denso, que as vezes não conseguimos nem enxergar direito. Parece um outro mundo, irreal, surreal.

 

Isto porque o vento constante do mar para a terra é gelado (vem do Ártico) e entra em choque com o vento quente vindo do deserto, formando um denso fog.

Foi um choque na sexta feira... e eu carregando canga e biquini na mala hahahahahahaha. Bom, ,inspira, expira e se prepara para o que der e vier, afinal todo tempo tem a sua beleza particular né?

No dia seguinte amanheceu e lá estava o fog mas......um sol se anunciava por entre as nuvens!

                         


e com o passar das horas o fog se desfez e um sol gostosinho, num céu azul brilhante apareceu e foi um fim de semana incrível, com todo mundo nas praças, nas ruas, na praia, aproveitando o máximo. Me disseram que isto nunca ocorre nesta época do ano, então sei que tive sorte e agradeço demais por isto.

Foto google: panorâmica da cidade

Fiquei hospedada em um hostel, nossa, fazia tempo que não fazia isto e no fim foi legal, conheci um casal que mora em Munich, então trocamos telefone para nos encontrarmos lá.

Aliás, a cidade tem arquitetura bem germânica e é uma gracinha

Centro da cidade

Além de ser super bem cuidada, com lindos jardins floridos

 


Ela está rodeada pelo deserto em todos os lados, assim uma grande atração é visitar o deserto, claro.

Ele é composto de duas partes, a primeira é mais pedregosa, e é ótimo para conhecer a flora local. A única fonte de água dos animais e plantas é a que recebem através do fog, e fazem de tudo para armazenar o máximo possível

  

Esta primeira foto é da Welwitschia, uma planta que só existe na Namíbia, em lugares específicos e que achavam que era uma flor, mas é uma árvore!!!!!!

Deserto...quente!!!!!!!!!!!!!

A outra parte é de dunas. Fiz um passeio em quad bike, um tipo de quadriciclo. No começo estava assustada pois não tenho experiência nenhuma em motos, fui devagar, ganhando confiança e no fim foi MUITO divertido. Estar nas dunas é fantástico, são infinitas, silenciosas, poderosas. Me senti.....livre!


Conforme o sol vai se movimentando, novas sombras e cores aparecem nas dunas e é incrível

Dunas com o fog se aproximando

Dunas alaranjadas com o sol da tarde
jump to the world baby!

Tive dias incríveis, acompanhada de bons amigos: Lara, a quem tinha conhecido aqui em Windhoek na casa dos meninos e que me recepcionou super bem e seu amigo Charl . Juntos tomamos café, jantamos, fomo ao cinema assistir Mad Max 4 (filmado aqui, por sinal) mas acima de tudo conversamos e demos muita risada. Muito obrigada aos dois por me receberem tão bem, deixando tudo ainda mais especial.

Esta viagem tem sido tão boa, que as vezes me pergunto se está mesmo acontecendo ou é um sonho!

E para terminar, mais um por do sol maravilhoso desta terra


ah,  e mesmo meio friozinho, mantive a corrida, apenas adaptando um pouquinho :-)



I´ve got life
I've got my freedom
I've got life
I've got life
And I'm gonna keep it
I've got life
And nobody's gonna take it away
I've got the life

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Adeus a Mammadu....buáááááááá!

Bom dia pessoal! Esta é uma postagem especial pois estes foram meus últimos dias na Mammadu.

Um misto de sentimentos me invadem: alegria por iniciar uma nova etapa na viagem, tristeza por deixar estas crianças que já considero como parte de mim. Conheço suas carinhas, expressões, o que as deixará tristes e o que as deixará felizes. Do que gostam de comer, de fazer, de suas risadas e de suas alminhas. São crianças lindas que sempre estarão comigo.

Victoria, Kazuko e eu

Imagino que em 10 anos lembrarei delas e divagarei sobre como estarão e o que fizeram de suas vidas, que adultos se tornaram.....Meus bebês.

Foi uma experiência incrível, muito melhor do que imaginei, e muito mais fácil também. A receptividade com que me aceitaram, a entrega com que se relacionam, a verdade com que vivem muito me ensinaram e espero levar estes ensinamentos comigo sempre.


Teacher e os pequeninos

Para me despedir deles fiz um bolo caseiro e brigadeiros, que nunca haviam provado. Foi uma alegria, tanto entre a criançada como entre os staff. Afinal não tem coisa mais gostosa que um brigadeiro todo decorado né?


Festa do Brigadeiro
Também comprei uma lembrancinha para cada um. Queria dar roupinhas novas, de inverno (sim, The Winter is Comming) mas ficaria muito caro. Acabei comprando pulseiras para as crianças e colares para os adultos.

Como parte da despedida formos ao Jardim Botânico. Um lugar no coração na cidade, com 11 hectares, repletos da flora local.


Foi muito legal ir com a meninada, tivemos picnic e muitas risadas. Depois os levamos ao Museu da Independência onde piraram no elevador panorâmico. Queria ter filmado a reação deles, tão encantados com aquilo, dando risadas e gritinhos de animação, mas acabei ficando tão hipnotizada que esqueci de filmar...... Foi lindo demais.

Augusto, Denis, Linda, Carla, Kazuki, Victoria e Aruma
Conseguir se colocar no lugar deles e ver as coisas pela primeira vez, com o entusiasmo de uma criança é algo que não quero perder nunca. E muito feliz me faz estar pertinho deles e redescobrir estas pequenas alegrias escondidas em eventos tão "banais" quanto um picnic ou um elevador.

Ganhei um presente da querida Meme Dina, nossa cozinheira e força motriz da Mammadu. Ela me deu um cinto típico da tribo Oshiwambo, que eles usam desde bebezinhos e serve para proteger contra o Mal. Deve-se usar sempre, debaixo da roupa. Sigo cada vez mais protegida nesta viagem, adicionando carinhos novos aos que eu trouxe comigo do Brasil.....

Oshiwambo belt
Denis, o mais arisco deles, me fez uma bonita canção, tocada no violão, dizendo que sentirá saudades, me emocionei bastante.....


Denis
E Aruma, minha florzinha, me fez um cartão lindo demais, diz assim: I love Gabi, Gabi is beatiful, Gabi is very happy all the time. I will miss you so much Gabi. I hope you will came back soon. From Aruma to my Gabi. Love you... aí chorei né?


                                  

E como parte da despedida, meu testemunho que esta é uma ONG séria, tocada por gente assim como eu e você e com um imenso amor por cada uma das crianças. Fazem tudo o que é possível para causar um impacto positivo na vida delas.

Se vocês quiserem ou puderem ajudar, tenha certeza que qualquer doação será muito bem vinda. Deixo aqui uma forma bem fácil que é doar através do cartão de crédito, pois com transferência bancária fica muito caro.

Global Giving Mammadu

http://www.globalgiving.org/projects/education-nutrition-health-and-safety-to-40-kids

A Global Giving é uma organização que junta, no mesmo site, pessoas que querem doar e contribuir com organizações que precisam de contribuição, facilitando a troca monetária e de informações. É super seguro, e já estou contribuindo :-)


Mammadu staff: Agnes (founder), Meme Dina (Cozinheira) Meme Azira (limpeza), Junias (teacher)

"My kids": Sesiria, Vandaa, Olívia, Uzuvira, Mekupi, Petrus, Aruma, Kazuko, Victoria, Denis, Kevin, Muinjo, Augusto, Josua,

Mammadu designer: Okeri (weelchair)

Mammadu Voluntárias: Linda, Carla, Isabela, Sophie, Jane, eu!

                                



sábado, 9 de maio de 2015

E começa Maio... Feliz dia das mães!

Oi Pessoal,

Maio aqui também é lindo, de um céu azul profundo! Tanta beleza me trouxe memórias e muitas saudades do Brasil e o início da semana foi meio triste...acho que juntou TPM também, sei lá, mas deu uma vontade de ver meus amores brasileiros....humanos e felinos!

A semana foi passando, as coisas acontecendo, e logo estava feliz de novo, indo trabalhar contentinha e ensolarada.

Sol da manhã a caminho do trabalho

Foi uma semana mais curta pois tivemos feriado aqui na Sexta e na Segunda, então a cidade estava vazia e tranquila. Pensei em aproveitar para conhecer alguns lugares em que não havia estado como o Jardim Botânico e o Museu de arte mas adivinha só...... fechados por causa do feriado.

Aqui tudo fecha quando é feriado, inclusive o mercado e o shopping, Não acho ruim, afinal todos merecem um bom descanso, mas quando a gente vem de uma cidade como São Paulo, acha estranho.

Acabei indo no cinema (que sim, funciona mesmo nos feriados) assistir Avengers (Vingadores) e depois comer algo rápido num café moderninho, no shopping mesmo, que tem um terraço super agradável.

Foto do Google: sacada do Newscafe

O lugar é descolado, assim como os frequentadores, e o que me chamou a atenção foi a quantidade de negros lá. Quer dizer, em São Paulo você não vê tantos negros frequentando lugares mais caros, mais descoladinhos, e quando comentei isto com o Anton ele arregalou os olhos e me perguntou: Onde vocês colocam eles?                          


Isso mesmo....onde a gente coloca eles? Tem algo mesmo muito errado neste nosso país..









By the way, estou encantada com o cabelo das negras aqui. São tantos penteados diferentes, cheios de tranças estilosas.... Acho lindo demais. Nas crianças então, fica uma delícia.

           

Arícia, uma das integrantes do staff da Mammadu concordou em fazer uma destas tranças (braids, como chamam aqui) em uma das voluntárias. Leva horas para ser feito, e segundo a Sophie dói um tanto.... pois é, mulher é mulher em qualquer canto, o que não fazemos pela vaidade :-)

Arícia e Sophie

E apesar de Arícia ter feito um trabalho incrível, na verdade não fica tão legal em nós, branquelinhas. Falta estilo sei lá...












E na Mammadu, aproveitamos o dia das mães para ajudar a criançada a fazer um cartão para suas mães. Comprei cartolina, canetinha e gliter e passamos algumas horas nos divertindo. Todas quiseram corações colados em seu cartão, muito fofas. Fizemos também um cartão gigante para a Agnes, a fundadora e grande coração por trás da Mammadu. Ela ficou emocionada... nós também.


       

Ah... teve festinha aqui na casa dos meninos. O combinado era chegar lá pelas 18:30 e olha só que incrível....o povo sai do trabalho as 17:00 e dá tempo de ir pra casa, tomar banho, e ir pra festa, chegando as 18:20!!!!!!!!! WOW, se São Paulo fosse assim.....

O combinado era cada um levar alguma coisinha, então preparei uma bruschetta, que eles não conheciam (!!!) e que fez sucesso. A bebida oficial foi o Glüwein, um tipo de vinho quente muito gostoso, e que eles tomam bastante por aqui durante o inverno.

                             


Me diverti bastante, apesar de, depois de tanto vinho, eles trocarem o inglês pelo africâner e eu não entender nada, mas com tanto vinho, dei muita risada mesmo assim.

Armand, Rolf, Anton, Caroline

 E para terminar um capítulo a parte no cotidiano desta cidade: os taxis.

Bom, aqui inexiste transporte público então ou você tem carro ou tem que usar taxi para se locomover. Os taxis aqui são compartilhados por até 4 passageiros, numa espécie de "van coletiva" e muitas vezes eles se negam em te levar aos lugares, especialmente se for longe demais (o que as vezes torna minha vida difícil para ir trabalhar).

Eles não são sinalizados com placas de taxis no capô mas sim com números grudados na parte traseira, o que é insano pois ao olhar de frente você não percebe se é um taxi ou não.


O melhor jeito de conseguir um taxi é ficar parada na rua. Quando eles passam por você eles dão uma buzinadinha e se você der sinal eles param para que o local seja negociado (param em qualquer lugar, uma doidera).

Como você divide o taxi com outros, nunca sabe exatamente quanto tempo levará sua corrida, pois depende de quantas paradas anteriores o taxi fizer. Eu já levei de 20 a 50 minutos de casa até o trabalho, e não era por trânsito não :-)

Em geral só tive boas experiências com os taxis, apesar de 3 taxistas já terem insistido que eu deveria ter um namorado aqui na Namíbia e que eles estavam dispostos a assumir o cargo, afinal, é importante para uma mulher ter um homem que cuide dela.


Mas esta semana tive uma experiência super irreal. No taxi haviam uma mulher e eu, e no momento em que o taxista deixou a mulher no local desejado houve uma discussão entre eles por causa do preço da corrida (que deve ser combinado antes, não existe taxímetro) e depois de um tempo o taxista ficou muito nervoso, empunhando o dedo na cara da mulher, que acabou saindo do taxi sem fechar a porta (um sinal de protesto). O cara não teve dúvidas, saiu do taxi e bateu na mulher :-0

Eu fiquei paralisada. Tive vontade de ajudar a mulher mas ao mesmo tempo não ia me meter numa briga, ainda mais num país que não é o meu.... Acabei não fazendo nada e o taxista entrou, reclamando da mulher, furioso. Quando ele me deixou num lugar próximo ao trampo, mas não exatamente no trampo, nem argumentei. Desci do carro quietinha e aliviada e peguei outro taxi para completar a jornada.....

Inimaginável uma situação destas na minha terrinha.....

Para encerrar, FELIZ DIA DAS MÃES a todas as mulheres
 mães de humanos, felinos, caninos e afins!